Ao todo, oito vereadores da
cidade do interior do Maranhão foram afastados de suas funções até que o
processo seja concluído. Um dos vereadores foi preso de novo outro crime.
Por decisão das Justiça,
oito vereadores de Vitória do Mearim foram afastados de seus cargos com
suspensão da remuneração e posso imediata dos suplentes até o término do
processo. A ação judicial é repercussão da investigação sobre crimes de
associação criminosa e corrupção na Câmara de Vereadores referente a pedidos de
propina para arquivamento de CPI contra a prefeita Dídima Maria Coêlho, com
base em supostos crimes de responsabilidade.
A investigação da Polícia
Civil e Ministério Público culminou com a prisão preventiva de vereadores no
início do mês de junho. Eles foram liberados dez dias depois, mas agora o
vereador Oziel foi preso novamente por outros crimes descobertos durante a
investigação policial.
"O crime de comércio
ilegal de arma de fogo foi descoberto durante esta investigação e a Justiça
decretou a prisão preventiva do vereador Oziel por mais este crime", disse
o delegado Guilherme Campelo.
Oziel Gomes da Silva foi
preso nessa quinta-feira (27) e já voltou ao Complexo Penitenciário de
Pedrinhas, em São Luís. Além dele, os outros vereadores afastados por ordem da
justiça foram George Maciel da Paz, que era o presidente da Câmara, Hélio
Wagner Rodrigues Silva, Marcelo Silva Brito (Marcelo da Colônia), Mauro Rogério
(Nego Mauro), José Mourão Martins e Raimundo Nonato Costa da Silva (Nonato do
Chelo) e Benoa Marcos Rodrigues Pacheco (Bena).
Investigação
A operação foi deflagrada no
dia 5 de junho, quando os vereadores de Vitória do Mearim foram presos depois
de uma investigação policial referente a crimes de corrupção por pedidos de
propina para arquivamento de CPI contra a prefeita da cidade, segundo a apuração
da Superintendência Estadual de Combate a Corrupção e Organizações Criminosas
(Seccor) e o Ministério Público do Maranhão.
Segundo a investigação,
vereadores do município pediram propina para arquivarem uma Comissão
parlamentar de Inquérito (CPI) contra a prefeita do município, Dídima Maria
Coêlho. Os vereadores teriam pedido a propina ao marido da prefeita, que é o
chefe de gabinete, Almir Coêlho Sobrinho. A CPI teria por base o crime de
responsabilidade da gestora municipal.
Segundo a Polícia Civil, as
conversas foram gravadas pelo chefe de gabinete. Nos áudios, a polícia disse
que os vereadores pedem R$ 320 mil, que poderia ser pagos de forma parcelada.
No decorrer das investigações, a polícia descobriu que outros vereadores
iniciaram novas chantagens no valor de R$ 70 mil. Teve um vereador que chegou a
pedir R$ 100 mil.
Almir Coêlho Sobrinho disse
em depoimento aos policiais que além da propina, ele descobriu que os
vereadores pretendiam afastar Dídima Coêlho para que "a vice (Elzir
Lindoso) assumisse e pudesse sacar a quantia correspondente aos royalties da
mineração destinados ao município". O valor chega a R$2,2 milhões.
Por G1 Maranhão