Delegado Praxísteles Martins
revelou que acertos financeiros e "entregas" de secretarias estavam
entre os acordos políticos que não foram cumpridos na prefeitura do interior do
Maranhão.
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vanildo Paiva (PRB), prefeito de Davinópolis é encontrado morto no Maranhão — Foto: Divulgação/Prefeitura Municipal de Davinópolis |
Os motivos do assassinato do
então prefeito de Davinópolis, Ivanildo Paiva (PRB), no dia 11 de novembro,
foram dívidas e desentendimento político com o vice José Rubem Firmo (PCdoB)
dentro da administração da prefeitura, segundo o delegado Praxíteles Martins,
que comanda a investigação do caso.
As informações da Polícia
Civil de Imperatriz dão conta de que a motivação da morte de Ivanildo Paiva
foram promessas não cumpridas a José Rubem, como o pagamento de R$ 300 mil após
a reeleição da chapa, além de Ivanildo não ter entregue o controle político da
Secretaria de Educação do município a José Rubem. Esses acordos teriam sido
feitos a época da campanha quando ambos buscavam a reeleição.
“Ele (José Rubem) não admite
a participação no crime, mas a motivação é que quando foram eleitos, eles
fizeram um acordo que envolvia duas secretarias e não foi cumprido. De imediato
até que o Ivanildo cumpriu, mas no primeiro ano do primeiro mandato ele
substituiu o pessoal das duas secretarias. Na reeleição, houve promessa de
vantagem em dinheiro de R$ 300 mil, dos quais só repassou R$ 100 mil, e
prometeu a Secretaria de Educação, mas acabou não ‘dando’. Por fim, Ivanildo
prometeu que se licenciaria do cargo por quatro meses para que José Rubem
assumisse a prefeitura”, revelou o delegado.
Vice é suspeito de mandar
matar prefeito de Davinópolis
Segundo o delegado
Praxíteles, a situação ficou mais tensa ainda entre os dois quando José Rubem
tentou articular uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara
Municipal de Davinópolis, mas Ivanildo Paiva soube e conseguiu evitá-la.
“O Rubem então ficou
afundado em dívidas, devendo banco e agiotas e começou a se desfazer das
empresas dele. Vendeu posto de combustível, padaria e, por fim, estava vendendo
a casa que ele morava. Aí, a única alternativa que ele encontrou para assumir a
prefeitura e refazer o patrimônio dele foi assassinando o titular. Ele dez isso
com a ajuda do Messias, que é um amigo dele e que tem interesses em comum, pois
é empresário com interesse em prestar serviço para o município e trabalha com
agiotagem. Então eles contrataram as pessoas que participaram diretamente no
crime”, concluiu o delegado.
José Rubem Firmo é preso por
suspeita de ser mandante de morte de prefeito de Davinópolis
Para o delegado, o crime
está praticamente elucidado, com oito pessoas presas envolvidas de alguma forma
no homicídio.
José Rubem Firmo foi levado
para a Delegacia de Homicídios de Imperatriz sem algemas e negou qialquer
participação no crime. "Pela manhã eu fui surpreendido com este fato. Não
tenho muito a declarar até pelo fato de eu também estar me perguntando e fiz
esta pergunta ao delegado, o que está acontecendo? Eu também tenho interesse
que o crime seja elucidado e estou aqui para colaborar com a polícia. também
sou um dos interessados que o crime seja elucidado o mais rápido possível",
disse após prestar depoimento.
De acordo com as
investigações, no corpo de Ivanildo haviam marcas de tortura e cerca de sete
disparos causados por arma de fogo. O corpo de Ivanildo Paiva foi sepultado na
manhã do dia 13 de novembro, no Cemitério Campo da Saudade, em Imperatriz, a
626 km de São Luís.
Prisões
José Rubem foi preso na
manhã desta segunda-feira (31) e encaminhado imediatamente à Delegacia Regional
de Imperatriz para prestar depoimento. Ele assumiu a prefeitura no dia 13 de
novembro, em solenidade na Câmara Municipal da cidade.
No dia 11 de dezembro, a
polícia prendeu Francisco de Assis Bezerra Soares, conhecido como
"Tita", que é policial militar no Pará e foi preso em Dom Elizeu;
José Denilton Guimarães, conhecido como "Boca Rica", que é mecânico;
Willame Nascimento da Silva, policial militar do Maranhão lotado em Grajaú, e
Jean Dearlen dos Santos, o "Jean Listrado", que segundo as
investigações é pistoleiro. Douglas da Silva Barbosa, de 22 anos, também está
preso suspeito de participação no crime.
No dia 22 de dezembro,
Carlos Ramiro se apresentou na delegacia com um advogado e ficou preso por
força de um mandado de prisão relacionado ao caso. No dia 27 de dezembro, o
empresário Antônio José Messias foi preso em sua própria residência.
G1 MA
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