G1 – O presidente da República eleito, Jair Bolsonaro
(PSL), afirmou neste domingo (28), ao ler o discurso da vitória na porta da
casa dele, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, que o novo governo será um
“defensor da Constituição, da democracia e da liberdade”.
Jair Bolsonaro derrotou Fernando
Haddad (PT) no segundo turno e tomará posse como presidente da República em 1º
de janeiro de 2019. De acordo com a apuração do Tribunal Superior Eleitoral
(TSE), com 96,27% das urnas apuradas, ele havia recebido 56,1 milhões de votos
(55,49%).
“Faço de vocês minhas testemunhas de
que esse governo será um defensor da Constituição, da democracia e da
liberdade. Isso é uma promessa, não de um partido, não é a palavra vã de um
homem, é um juramento a Deus”, afirmou.
Bolsonaro afirmou no discurso que
assumiu o compromisso de fazer um “governo decente”, formado por pessoas com o
propósito de transformar o Brasil em uma “grande, próspera, livre e grande
nação”.
Bolsonaro declarou que a “liberdade é
um princípio fundamental” e citou como exemplos a liberdade de ir e vir,
político e religiosa, de informar e de ter opinião e de fazer escolhas.
“Como defensor da liberdade, vou
guiar um governo que defenda e proteja os direitos do cidadão que cumpre seus
deveres e respeita a leis. Elas são para todos porque assim será o nosso
governo: constitucional e democrático”, declarou o presidente eleito.
O presidente eleito declarou que a
futura administração precisa criar condições para “que todos cresçam”. Segundo
ele, o governo federal vai reduzir estrutura e burocracia e cortará
“desperdícios e privilégios”.
“Nosso governo vai quebrar
paradigmas, vamos confiar nas pessoas, vamos desburocratizar, simplificar e
permitir que o cidadão, o empreendedor, tenha mais liberdade e construir o seu
futuro. Vamos desamarrar o Brasil”, declarou.
Bolsonaro declarou que seu governo
“respeitará de verdade a federação”, garantindo que os recursos federais
cheguem aos estados e municípios. “Precisamos de mais Brasil e menos Brasília”,
disse.
Ele reafirmou a defesa do direito de
propriedade e destacou a intenção de realizar de reformas, mas não disse no
discurso quais seriam.
O presidente eleito declarou que seu
governo quebrará o “ciclo vicioso do crescimento da dívida” para estimular
investimentos e gerar empregos.
“Emprego, renda e equilíbrio fiscal é
o nosso compromisso para ficarmos mais próximos de oportunidades e trabalho
para todos”, afirmou.
No discurso, Bolsonaro ainda
agradeceu às equipes da Santa Casa de Juiz de Fora (MG) e do hospital Albert
Einstein, de São Paulo, locais pelos quais passou após o atentado no qual
recebeu uma facada em setembro, durante ato de campanha.
Bolsonaro disse que os jovens do país
vivem um período de estagnação econômica e prometeu que isso mudará, já que, afirmoum
governará “com os olhos nas futuras gerações, e não na próxima eleição”.
Sobre as relações com outros países,
disse que libertará o “Brasil e o Itamaraty” – o presidente eleito é crítico do
apoio dos governos petistas a países como Venezuela e Cuba. Ele ainda defendeu
buscar relações bilaterais com países que agreguem valor econômico e
tecnológico aos produtos brasileiros.
“Libertaremos o Brasil e o Itamaraty
das relações internacionais com viés ideológico a que foram submetidos nos
últimos anos. O Brasil deixará de estar apartado das nações mais
desenvolvidas”, declarou.
Questionado após a leitura do
discurso sobre a divisão do Brasil, Bolsonaro disse que trabalhará para
“pacificar o Brasil”.
“Não sou Caxias [Duque de Caxias],
mas sigo o exemplo desse grande herói brasileiro. Vamos pacificar o Brasil e,
sob a Constituição e as leis, vamos constituir uma grande nação”, declarou.
Sobre a montagem do futuro governo, o
presidente eleito afirmou que três nomes estão acertados – em entrevistas
anteriores, Bolsonaro havia declarado que Onyx Lorenzoni será o ministro da
Casa Civil, Paulo Guedes o ministro da Fazenda e o general Augusto Heleno,
ministro da Defesa.
O presidente eleito ainda disse que
“está quase certo” que o Marcos Pontes, o primeiro astronauta brasileiro a ir
para o espaço, fará parte do governo.
Bolsonaro não citou qual seria o
cargo ocupado por Pontes, cotado nos bastidores para assumir um ministério na
área de ciência e tecnologia. Os demais integrantes do governo será anunciado
“com muita cautela”, segundo o presidente eleito