Membros de seita atraíam
vítimas a um sítio, faziam um ritual com o rosto da pessoa coberto e atiravam
na nuca, conclui investigação da Polícia Civil.
A Polícia Civil concluiu que
as quatro pessoas achadas mortas na zona rural de Iguatu, no interior do Ceará,
foram vítimas de "serial killers psicopatas" que fizeram "ritual
satânico" para que eles obtivessem os números para ganhar o prêmio da
Mega-Sena. Um dos suspeitos desejava também ter "poderes divinos",
mulheres e "poder para desafiar qualquer um", afirmou o delegado da
Polícia Civil Marcos Sandro Lira, nesta segunda-feira (4), ao divulgar sobre a
conclusão das investigações.
As vítimas eram quatro
pessoas que estavam desaparecidas desde o ano passado. "Eles escolhiam
aleatoriamente. Eram serial killers psicopatas que se fingiam de religiosos
para se infiltrar na sociedade. Eles escolhiam pessoas frágeis psicológica e
emocionalmente, mas se [a vítima] fosse alguém que tinha alguma rixa com eles,
era um alvo preferencial", diz Sandro Lira.
Dois suspeitos, Gleudson
Dantas Barros e Roberto Alves da Silva, foram presos; um adolescente suspeito
de participação nos crimes foi encontrado morto durante as investigações.
Conforme a Polícia Civil, o jovem cometeu suicídio.
Segundo o delegado, eles
atraíam pessoas até o sítio Canto, no distrito de Suassurana, onde os
"adeptos do satanismo" realizam rituais macabros.
"Lá eles colocavam um
pano cobrindo a cabeça da vítima, pediam para eles se concentrarem, pensarem no
número da Mega-Sena, aí chegava um por trás e dava um tiro na nuca. As quatro
vítimas foram mortas dessa forma."
Os dois vão responder por
homicídio, corrupção de menor, ocultação de cadáver e vilipêndio de cadáver.
Covas e rituais
Ainda conforme Sandro Lira,
os suspeitos deixavam uma cova preparada e escolhiam a vítima para realização
dos rituais.
"Eles simplesmente
pensavam quem eles iriam matar naquele dia, podia ser um mendigo, alguém que
eles prometiam dinheiro, festas", afirma o policial.
Jheyderson de Oliveira,
acima à direita, é uma das vítimas de ritual macabro em Iguatu; Polícia
investiga se outros três desaparecidos foram assassinados pelo homem preso
(Foto: Reprodução/Desaparecidos)
A polícia chegou aos
suspeitos após a morte do estudante Jheyderson de Oliveira Chavier; depois de
cinco dias desaparecido, a polícia identificou um vídeo de câmeras de segurança
da vítima na companhia de Gleudson Dantas, apontado como o líder da seita.
Após a prisão e interrogação
do suspeito, os policiais e Corpo de Bombeiro localizaram mais três cadáveres
no sítio. "Um deles [dos suspeitos presos], o Roberto, fala em
arrependimento, diz que os rituais não estavam resultando em nada na vida dele.
Já os outros dois, se não tivessem sido presos, iriam continuar matando com
certeza. O menor de idade queria matar, ele sentia prazer em matar",
afirma o delegado.
Parte dos cadáveres eram
usados para "ornamentar" um "altar satânico", que era usado
em rituais macabros. Os membros da seita acreditavam que, com os homicídios,
conseguiram os números para vencer na Mega-Sena.
"Eles diziam que o
espírito das pessoas [assassinadas] estava aprisionado naquele sítio e que os
espíritos fariam o que eles quisessem, inclusive iriam dar o número para vencer
na Sena."
Ainda conforme o policial, o
três já haviam preparado uma cova "enorme" para matar e sepultar três
mulheres. "Eles tentaram atrair as mulheres com bebedeiras, mas nunca
conseguiram. Depois tentaram dois rapazes, que por sorte viajaram para Fortaleza
e não puderam ir à festa. Foi quando eles tiveram a chance de atrair o
Jheyderson, que infelizmente foi uma das vítimas", afirma o policial.
Os policiais seguem
realizando buscas no sítio. "Não sabemos se eles mataram mais pessoas, a
certeza de que temos é que eles mataram quatro pessoas que estavam
desaparecidas, mas não podemos descartar nenhuma hipótese", conclui o
policial Sandro Lira.
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