O juiz Raphael Leite Guedes
determinou, em caráter liminar, o bloqueio de bens, até o limite de R$
5.692.849,88, da ex-prefeita de Bom Jardim Lidiane Leite a "prefeita
ostentação", e outros oito réus envolvidos em supostas fraudes em
licitações para merenda escolar do município situado no interior do Maranhão.
O bloqueio atinge ainda os
bens do ex-secretário de Articulação Política, Humberto Dantas dos Santos, o
"Beto Rocha", que foi marido de Lidiane e mentor de sua carreira
política, e dos dirigentes de empresas envolvidas. As informações são do Ministério
Público Estadual do Maranhão.
Lidiane
"ostentação" foi presa pela Polícia Federal, em 2015. Em seus perfis
nas redes sociais, ela publicava "selfies" que revelavam um cotidiano
de luxo contrastante ao da cidade de Bom Jardim - município de 40 mil habitantes,
à beira da miséria, com um dos menores IDHs do Brasil.
Carros de luxo, festas e
preocupação com a beleza, o que inclui até cirurgia plástica, marcavam o dia a
dia da moça que se candidatou à prefeitura de Bom Jardim pela coligação "A
esperança do povo".
Lidiane foi presa por
decreto da Justiça Federal sob suspeita de desvios de recursos da merenda
escolar do município. Ela ficou 39 dias foragida e se apresentou. Após 11 dias,
foi solta com tornozeleira eletrônica.
A candidatura de Lidiane
Leite à Prefeitura de Bom Jardim foi lançada por "Beto Rocha", então
seu marido. No início do mandato, a ex-prefeita nomeou o cônjuge para o cargo
de secretário de Articulação Política. A investigação mostra que "Beto
Rocha" passou a agir como prefeito. Ele é acusado de integrar os esquemas
para fraudar licitações no município.
Segundo o promotor Fábio
Santos de Oliveira, Beto Rocha "montou um grande esquema para fraudar
licitações, utilizando-se do cargo e da anuência de Lidiane Leite para desviar
recursos".
"Com os valores, ele
adquiria grande quantidade de gado, que era revendida a empresas regulares.
Após isso, ele fazia a "lavagem" do dinheiro obtido com recursos
ilícitos", afirmou o procurador
Segundo o Ministério Público
Estadual, em um dos pregões, não houve sequer comprovação de aptidão técnica da
empresa ou pesquisa prévia de preços.
A concorrência resultou em
contrato com uma empresa em nome da esposa do tio de Beto Rocha. Em nenhum dos
contratos a merenda foi fornecida, segundo relata a Promotoria.
A ex-prefeita Lidiane Leite
e o ex-secretário Beto Rocha não foram localizados pela reportagem.
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