João Alberto Souza, o
presidente do Conselho de Ética do Senado, nunca foi afeito a investigações
profundas contra seus pares. Não é à toa que Aécio Neves anda aliviado por
saber que o colega peemedebista continua à frente do colegiado.
Basta dizer que, na semana
passada, João Alberto declarou publicamente que a Casa não concorda com o
afastamento do tucano.
O senador maranhense é
ligadíssimo a José Sarney. Os mais ácidos falam numa relação de subserviência
política.
Pois recentemente, João
Alberto investiu pesado para contratar uma pesquisa qualitativa. Em maio, ele
usou 45 000 reais de cota parlamentar – recursos públicos – para obter os
serviços do Instituto Escutec. Escolheu a dedo.
A empresa é conhecida no
Maranhão por divulgar levantamentos favoráveis ao clã Sarney, de quem o dono da
Escutec, Fernando Junior, é amigo. Mas esse detalhe não é o mais constrangedor
da biografia do empresário.
Junior já foi preso pela
Polícia Federal, em 2015, durante a Operação Attalea, que investigava desvios
de dinheiro do Fundeb e do FNDE na prefeitura de Anajatuba (MA).
Pelo visto, na avaliação do
parlamentar responsável por resguardar o rigor ético no Senado, gastar dinheiro
público numa empresa de um sujeito que se enrolou com a PF não depõe contra
ninguém.
Aécio deve ter suas razões
para ficar tranquilo.
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