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Uma das três escolas entregues em Santa Filomena |
Este março que se encerrou
encheu-me de alegria pelas realizações a que chegamos. Tivemos uma escola
inaugurada a cada dia útil, no âmbito do maior programa educacional da história
do Maranhão, que está em andamento. Inspirado em outras revoluções educacionais,
hoje temos ações que percorrem do ensino fundamental à pós-graduação, abrindo
oportunidades para centenas de milhares de crianças e jovens.
Muitas dessas escolas novas
são estruturas inéditas nas cidades ou substituição de antigas escolas de taipa
ou barracões. São alguns dos frutos de uma caminhada corajosa que começamos há
dois anos. Alguns ainda não entenderam que priorizamos os mais pobres, os que
mais precisam, pois isso é condição para que tenhamos uma sociedade justa e
verdadeiramente desenvolvida.
Minhas inspirações vêm
também da história de outros estados: das experiências administrativas
transformadoras de Leonel Brizola no Rio Grande do Sul; de Darcy Ribeiro no Rio
de Janeiro e de Paulo Freire ao longo de sua vida. Brizola marcou sua gestão
como governador gaúcho com a inauguração de escolas primárias, técnicas e
ginásios, criando uma verdadeira rede de educação pública. Esse investimento
criou as condições para que seu estado se transformasse em referência na
qualidade do ensino ao longo das décadas seguintes.
Nos anos 80, quando eleito
governador do Rio de Janeiro, Brizola escolheu o antropólogo Darcy Ribeiro como
secretário de Educação. Lá eles criaram um novo paradigma com os Centros
Integrados de Educação Pública (CIEPs) – unidades em tempo integral que
ofertavam ensino, atividades esportivas e culturais.
Outra grande inspiração para
qualquer gestor público de educação é Paulo Freire. No governo João Goulart,
Freire elaborou um Plano Nacional de Educação que previa a alfabetização
massiva de jovens e adultos. Mais um dos muitos projetos interrompidos pelo
golpe militar daquele ano. E um dos desafios que nos resta até hoje.
Após o exílio, Freire teve
mais uma chance de implementar as idéias que o transformaram em cânone da
educação no mundo. Na Secretaria de Educação da Prefeitura de São Paulo, adotou
metas que marcaram um caminho que permanece atual e que vamos percorrendo. Paulo
Freire elegeu como metas a democratização da gestão, o acesso à rede pública de
ensino e a qualidade da educação.
No Maranhão, a
democratização da gestão tem se efetivado com a eleição direta de gestores e
com as escutas pedagógicas. Em 2015 e 2016, mais de 600 mil pessoas votaram nos
processos de escolha dos gestores escolares, substituindo o modelo antigo de
mera indicação política.
O acesso à rede de ensino
público vem sendo ampliado com obras de melhoria de nossa estrutura física. Até
o meio do ano, vamos chegar a 574 escolas reformadas ou totalmente
reconstruídas. E outras 300 novas construções até o final de 2018 substituindo
escolas de taipa, galpões ou outras estruturas precárias.
A permanência das crianças e
adolescentes na escola temos garantido com o Programa Bolsa Escola, com as 18
escolas de tempo integral, com ações de estímulo ao protagonismo juvenil e de
atividades de esporte e cultura nas escolas.
Temos elevado a qualidade no
ensino mediante a soma das ações acima com a valorização do corpo docente. A
partir de 1º de maio, teremos os professores de ensino médio mais bem pagos do
país, com salário inicial para 40 horas de R$ 5.384,26. E vamos continuar a
avançar nesse terreno.
Nosso estado, depois de 50
anos de escuridão, começa a ver o sol raiar no horizonte. E para que esse
processo se complete, estamos tendo a coragem de percorrer o caminho certo, mas
que exige tempo para produzir todos seus resultados positivos: o caminho da
educação. Esse é o principal exemplo que emana dos países mais desenvolvidos do
mundo.
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