Resolvi falar um pouco de mim. Como? Não sei! Definir-me para os meus leitores como verdadeiramente sou, vai ser difícil, mas a dificuldade gera as soluções. Pois é, tenho que começar. Não irei falar mal de mim mesmo, tenho censo de humor moderado, por isso creio que tudo aqui escrito, será a realidade dos fatos!
Nasci, em Santa Luzia do Paruá, mais bem pequeno meus pais me levaram para o fim do mundo, isso mesmo! Lá onde Judas perdeu as botas, um lugarzinho município de “Candido Mendes” chamado “Bacuri Torto”, o lugar condiz com o nome, pois alem de torto, era atrasado... Uma população isolada que vivia nas piores condições possíveis e com pensamentos pervertidos. O destino se encarregou de me arrancar de lá, de uma maneira não muito agradável... Pois para isso meus pais tiveram que se separar e como na maioria dos casos os filhos seguem as mães, assim aconteceu! A próxima parada da minha nefasta vida, foi à cidade de Cândido Mendes, onde comecei a estudar o maternal, mas isso não demorou muito tempo. Minha mãe casou-se novamente e logo se transferiu para um lugarzinho chamado Maracaçumé, que anos mais tarde se tornaria cidade. E é onde vivo ate os dias atuais, mas não pense que por aqui irei ficar por muito temo, meus projetos são outros, projetos esses que no futuro bem próximo sabereis.
Com essas trocas de cidade constante. Atrasei-me nos estudos, quando comecei a estudar de verdade, já estava com idade avançada, mas como no Maranhão era regra geral, isso não me afetou muito, pois a maioria dos meus amigos de sala tinha a mesma idade ou até mais.
Tive muitas dificuldades nas serie iniciais, estudei a primeira serie e não sabia ler. Passei para a segunda sem saber, mas com a professora “Francisca Batista”, aprendi as primeiras palavras que fizeram com que eu desenvolvesse a arte da leitura. Arte essa que hoje eu tanto prezo e degusto.
A minha infância foi conturbado, presenciava brigas da minha mãe com meu pai, via muitas vezes ele bater nela e bêbedo quando chegava, expulsávamos de casa. Isso era corriqueiro... Após a separação deles, poucas vezes vi o homem que me fez... Há 16 anos que não falo com ele, não por falta de oportunidade, mas por opinião própria. Por achar desnecessário, pois uma simples conversa não apaga as marcas do passado - por isso prefiro esquecer pequenos detalhes da vida, e olhar sempre para frente como se isso não houvesse ocorrido comigo.
O destino se encarregou de colocar alguém no caminho de minha família para cuidar, “o meu padrasto”, que chamo carinhosamente de tio, por respeito e consideração. Ele assumiu as responsabilidades e hoje posso dizer que tive uma família. Mas antes disso, minha mãe sofreu para cuidar de seus dois filhos. Trabalhando a noite, para poder nos alimenta ao dia... Foram dias difíceis para superar, mas foram vencidos por sua força de vontade.
Ainda, de “Candido Mendes”, tenho recordações que periferia nem lembrar, mas são situações que não saem da mente e não posso revelar, mas quem sabe um dia.
Após as desavenças e contusões que foi a união instável do meu padrasto com minha mãe, que prefiro nem comentar. Viemos embora para Maracaçumé. Gente, esse lugar era tão pequeno, as casas era distantes uma da outra. Isso em meados de 1992... A casa que fomos morar ficava na rua dos cariocas, naquele tempo era a ultima rua do lado direito, mas em contra partida era única enxuta, pois as demais no período brabo do inverno: a lama dava no joelho, era uma guerra travada andar nas ruas sem atolar. A nossa casa era de barro sem nenhum tipo de conforto, quem olha hoje nem imagina as dificuldades enfrentadas por nos ao chegamos neste lugar. Só Deus sabe os momentos sóbrios passados, mas que foram levados pelas correntezas da vida e creio que jamais voltarão.
Existe uma frase que também é titulo de um livro, que diz: “Só merece o doce quem provou o amargo”. Eu, mas do que ninguém acredita nesta frase e levo-a para vida. Acredito que todas as dificuldades são passageiras e servem para nos capacitar ainda mais para enfrentar as dificuldades e acima de tudo vence-las. O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã! Assim foi a minha vida e continuará sendo, Veio o amargo e a noite escura, sofrimento e dor, mas depois surgiu o doce e a alegria, fazendo a vida ser mais feliz.
Por aqui encerro esta primeira parte, depois falarei mais da minha vida pessoa vivida neste lugarzinho perdido no mapa!